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Atualidades

FINALMENTE!

Depois de longo e tenebroso inverno, com muitos problemas de todos os tipos, o filme ‚Brasilien fica na Alemanha’ chega ao circuito comercial dos cinemas! - primeiro em Munic, depois no mundo! Agora é a hora dos anjos tocarem as trombetas, as vacas cantarem, o papa dansar um samba!

SESSAO DI IMPRENSA – 11.5. as 16 oras no cinema Neues Arena, Hans-Sachs-Str. 7
PREMIERI – 12.5. as 20 oras no Maxim, Landshuter Allee 33, tudo im Munic na Alemanha

Kem kiser vir, tem ki avisar – ze@zedorock.net. Tem caipirinha i salgadinho.

U fiumi ainda passa juntu cu Dokfest nu dia 13.5., sessaum regular a partir du dia 21.5.09 nus dois cinema ki eu falei la im sima. I provaveument im brev im Innsbruck (Austria), Hamburg i Kiel.

Kem vier du Braziu só pra ve u fiumi num psa pagar entrada.

Na seção de teste para os colaboradores e amigos da casa a fila acabou dobrando a esquina - e a essa altura o cinema já estava lotado.

"Eu vi Rode, vi Sílvio, vi Hermann, vi Hugues, vi Zé..."

Por Antonio Bulhões

Hoje, domingo, foi, como sabem, a sessão especial do documentário "Schroeder liegt in Brasilien" (título provisório em português: "Brasilien fica na Alemanha"), em Munique.

A sessão, no cine Kinotheater Sendlinger Tor, no centro da cidade de Munique, foi uma apresentação "fechada", extra-oficial e visava apenas servir como um teste para a edição final e comercialização do filme-documentário.

Apesar disso, tivemos uma verdadeira corrida à bilheteria, com mais de 600 pessoas para disputar os 400 lugares do cinema. A procura surpreende pelo fato de a divulgação ter sido restrita a apenas nosso círculo de amizade e da internet, que inclui esta lista (Brasil-alemanhas)onde praticamente o filme nasceu. Para encurtar, houve um pequeno início de tumulto, coisa que por um lado nos deixou tristes, já que mais de 200 pessoas tiveram que voltar para casa sem ver o filme, mas, por outro, nos anima e nos deixa felizes, corroborando a certeza que possuíamos quando o projeto foi iniciado, sobre um tema inexplorado e, principalmente, em saber que o diretor e produtor Zé do Rock provou talento e competência ao realizar, além de uma obra sui generis, um documentário que preenche todas as expectativas e, com humor, levou em momentos o público a sonoras gargalhadas.

O filme alcançou o objetivo de revelar um Brasil e uma Alemanha  de ângulos diferentes e sobretudo inesperados, sem deixar de ser autêntico e fiel às mais originais raízes dos dois países. Podem ter a certeza, vocês que, infelizmente, por motivos até geográficos, ainda não têm oportunidade de assistir, serão recompensados por pouco mais de uma hora do mais puro entretenimento, em uma rica mistura de informação, comédia e história.

Como boa parte dos entrevistados estão aqui na lista, quero parabenizar e felicitar pelo desempenho e contribuição de vocês. Lá estão em carne e osso nossos queridos João Rode, Sílvio Rockenbach, Hermann Schlicht, Mittermeier, Liana Herdina, que dão um show e estão entre as estrelas do filme.

Eu até hoje apenas os conhecia pela internet ou, no máximo, por telefone. Saibam que valeu a pena o esforço. Vocês estão ótimos e sobretudo me deixa muito, muito feliz tê-los visto na tela. Além disso, há os que não aparecem, mas deram uma grande força, como o Rubens Frank, o pessoal lá de São Paulo e nossos queridos "schroedenses", de Schroeder, SC.

Conheci pessoalmente também (finalmente) nosso Hugues (iniciador da lista Brasil-alemanhas), um dos maiores e fundamentais incentivadores do filme. Apesar de telefonarmos e escrevermos um ao outro frequentemente, não nos conhecíamos pessoalmente. Passamos os últimos dois dias conversando muito e atestamos que não foi por acaso que ficamos amigos "virtuais". Posso dizer, e nisso tenho conhecimento de "insider", que Hugues foi um dos que mais acreditaram e se esforçaram no projeto. Ele faz parte desses elos decisivos que fazem a corrente segurar o tranco e ir para a frente. O Hugues é imprescindível e é nota 10, minha gente. Tem também uma capacidade inesgotável.

Por fim, quero reforçar meus parabéns finais a Zé do Rock (um porto-alegrense residente em Munique, de múltiplos talentos, com projetos originais de reforma ortográfica do português e do alemão! - Nota da Redação BrasilAlemanha), pelo talento, pelo afinco, pela força interior e pelo resultado de tudo que, diga-se de passagem, custou dois anos de sua vida, de dificuldades de todo tipo (que ainda não cessaram), mas que com minha mais absoluta certeza e convicção, valeram a pena. A reação do público hoje que o diga.

Pois é, Zé e todos - hoje estou não somente feliz. Estou muito orgulhoso de vocês, de tê-los como amigos e de ser uma testemunha  privilegiada de como a internet pode ajudar a aproximar, unir e realizar coisas que aproximam, por maior que sejam as distâncias geográficas.
Um grande abraço a todos e ainda mais sucesso!


Zé do Rock sempre quis gravar um filme, até que, no meio dos anos 80, foi gravado o filme NO ELEPHANTS (no qual não aparecem elefantes) em parceria com o cameraman Christoph Konrad e com atores não profissionais.
Como não surgia nenhum novo projeto, ele trabalhou como taxista e viajou pelo mundo juntando experiências e começou a escrever livros.

O objetivo principal continuou sendo gravar filmes. Ele trabalhou em vários projetos que foram oferecidos a produtores, canais de televisão e a instituições de fomento, porém sem algum sucesso concreto.

Mas Zé do Rock não seria Zé do Rock se ele desistisse tão facilmente. Sua análise é clara: »Há três maneiras de produzir um filme: você vai a uma faculdade de cinema, produz alguns filminhos, ganha algum prêmio em algum festival e tem dinheiro suficiente para começar um projeto maior e assim por diante. Este caminho é muito longo e o sucesso não é garantido. A outra opção é trabalhar na produção de vários filmes, seja como cameraman ou assistente de direção. Neste ambiente, tem-se a oportunidade de conhecer várias pessoas do meio artístico com as quais você pode sair para comer ou jogar golfe, e como quem não quer nada, falar de um projeto próprio e torcer por alguma ajuda. Eu tentei seguir esse caminho, mas eu não sei jogar golfe... A terceira opção é ter pequenos projetos com baixo orçamento, ficar conhecido e juntar dinheiro para projetos maiores.«

Então ele foi à luta para juntar fundos. Ele falou com todos que conhece e efetivamente encontrou vinte pessoas que acreditam nele e na sua capacidade de fazer um bom filme e que compraram quotas do projeto. Foi o suficiente para iniciar a gravação de Brasilien fica na Alemanha como projeto de baixo orçamento.

Toda a equipe já está a caminho; de 13 a 18 de julho em Munique, de 13 a 18 de julho em Berlim, de 25 a 29 de julho na Alemanha oriental e de 11 de agosto a 14 de setembro no Brasil em diversas cidades. Então o filme iria à etapa da pós-produção. A previsão é de que o filme esteja pronto em dezembro de 2004.

Impressões do Zé do Rock

22 de julho

Ontem juntamos algumas fotos de alemães fazendo música com violões e tambores ( o último brasileiro havia dito que sente saudades da música, do violão...), crianças tomando banho numa fonte (como as crianças de rua na Praça da Sé), casas mal-conservadas, mendigos, pessoas limpando pára-brisas em semáforos,... Entrevistamos alguns mendigos, mas infelizmente perdemos as gravações por causa de uma pane técnica. Hoje tivemos problemas técnicos, burocráticos e climáticos. É muito tarde para as cenas com os pedintes no metrô, e as pessoas que deveriam ser entrevistadas não puderam ser contatadas ou estão viajando. Talvez alguém diria que eu deveria ter ligado antes para marcar um horário, mas isso certamente não teria ajudado em nada. Em Berlim, principalmente as cenas de rua são importantes. Hoje ainda vamos filmar um supermercado com filas longas, com a condição de que haja filas. No momento parece que não há filas, embora todos saibam que elas existem. Amanhã de manhã seguiremos com o metrô e outras cenas. Eu vou tentar relatar.

 

20 de julho

A moça que havia prometido emprestar um carro para a viagem ao leste, desistiu da idéia (e isso depois de não responder por 5 dias...) e agora precisamos alugar um carro. Teremos que investir mais tempo, senão um dia inteiro, além de termos que sacrificar o orçamento - Estamos de novo no negativo, já que eu havia contado com um carro do Martin durante as gravações na Alemanha. Por isso estou dando uma olhada para confirmar se não há algo muito importante (por acaso algum carro disponível?...) e acabei descobrindo o tema da votação. Caso escolhamos os nomes Schroeder Brasil, ou então Brasil, Alemanha, será um pouco difícil, já que as pessoas ligam outros temas a estes nomes. Então eu diria: “Brasilien fica na Alemanha”.

 

17 de julho

Sim, estamos filmando agora, ma non troppo. Hoje compramos alguns acessórios e depois procuramos uma mulata alemã bonita no Feringasee em München. Tínhamos que aproveitar, já que era o primeiro dia de verão de calor no ano. Mas ou ela não era escura o suficiente, ou não era alemã, ou não era bonita. Depois de duas horas, finalmente encontramos uma moça que era alemã e bonita, com pele e cabelos escuros. Depois ainda encontramos duas outras com aparência muito brasileira, “moreninhas”. Então rapidamente chamamos as duas (que vieram), começamos a gravar, mas depois de quatro minutos começou a chover. O primeiro dia de verão com calor terminou às 15 horas. Deixamos que elas entrassem na água como a Garota de Ipanema. A cena não ficou especialmente boa, já que estava chovendo. Elas nos contaram que seu avô era brasileiro.

 

15 de julho

Queríamos ter começado no sábado, então no domingo, segunda, mas foi só na terça de noite que juntamos todo o equipamento. Na quarta foram feitos a montagem e os testes, e ontem começamos. Os três técnicos de som de Munique não puderam ser contatados, então promovemos o estagiário Niko a técnico de som. Mas ele tem um bom ouvido e tem capacidade técnica e fez um bom trabalho. A primeira entrevista com o alemão Herwig Heber foi boa, a segunda com a brasileira Silvana Raseo no Kalango´s Bar foi boa também porque o bar ainda estava vazio. Na terceira entrevista com o brasileiro Günther Mittermeyer, o bar já estava um pouco barulhento. A voz do Günther ainda pode ser ouvida, mas as vozes no fundo já estão muito altas, por isso vamos evitar estas situações no futuro. Hoje, nós (Christoph, Niko e eu) vamos ao estúdio do Martin Schmitt para dar uma olhada. Hoje faremos uma entrevista com o brasileiro Kalango (o dono do bar), que na verdade chama Aristides Grammatikopoulos, e depois com o dentista alemão Norbert Mannl durante o tratamento (perdi um pedaço do dente). Hoje o sol está raiando de novo e está quente. Amanhã provavelmente iremos à “praia” e mostraremos as belas alemãs de pele escura, talvez com o acompanhamento de bossa nova todaca por um turco de Munique.

 

12 de julho

Mas é muito ruim, dizem os experts, fazer um filme sem que um canal ou uma editora que garantam comprar o filme( e possivelmente financiar). Também é muito ruim fazer um filme sem uma diretoria, sem um departamento de marketing e assim por diante. Tentei fazer isso por oito anos, mas agora já estou farto disso.
Quero começar com as gravações amanhã. O tempo é muito curto, afinal quero filmar o verão alemão e o inverno brasileiro e como se sabe, os dois são muito curtos. E o pior é: ao mesmo tempo. Quanto mais o filme se concretiza, mais fica claro que a produção deveria ser normal. Precisamos melhorar a parte técnica, a organização e o financiamento. Mas no fim, muitas coisas caem nas minhas mãos e eu não posso administrar tudo sozinho. E quanto mais o projeto cresce, mais eu tenho que ajudar meus colaboradores, embora eu tenha que me concentrar em fazer o filme. Käferland versus Jaguarland não pode ser perfeito, mas eu espero que este possa ser um bom filme do Zé do Rock...

 

11 de julho

Os últimos dias foram muito estressantes, por isso estou escutando um coral de Bach para relaxar. E na falta de um bom vinho ou de uma boa cerveja, estou tomando uma grande taça de suco de uva com 51, aquela da “boa idéia”, em cuja propaganda o problema de alguém é resolvido de um jeito brilhante, seguido do foco na garrafa. Já ouvi de várias partes que o tempo é curto e que eu deveria empurrar tudo um pouco pra frente, mas as cenas devem ser feitas no verão alemão e no inverno brasileiro, e para isso não tenho muito tempo. Se tivermos azar, fará frio no verão na Alemanha (tivemos baixas de seis graus negativos nos últimos dias) e calor no inverno no Brasil. Mas não tenho a intenção de esperar por mais um ano, temos que descobrir a América!

 

8 de julho

Na segunda-feira, dia 12 de julho, começo com um documentário de baixo orçamento que mostra que os alemães são pobres, mas têm bom humor, enquanto os brasileiro têm muito dinheiro mas resmungam o tempo todo. O nome provisório é Käferland versus Jaguarland. É um longa-metragem com muito humor sobre os clichês que os alemães têm sobre si mesmos e sobre os brasileiros, assim como os clichês que os brasileiros têm sobre os alemães e sobre si mesmos. Obviamente serão mostradas várias imagens que não confirmam estes clichês, ou seja, belas mulatas alemãs tomando banho de sol na praia, neonazistas brasileiros, brasileiros no metrô às 7 da manhã no caminho ao trabalho que não sabem sambar, alemães que riem e não gritam como um sargento, brasileiros cuja maior preocupação é como manter a piscina limpa e alemães que moram debaixo da ponte, e assim por diante.

Zé do Rock